quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Capicua

Apareceste numa tarde luminosa de Outubro e disseste-me para contar até 30. Recuei até à tabuada dos 7 e a mulher louca estrangulou-me com a minha fita do cabelo no canto mais escuro do quarto...Se de facto a conseguisse fazer de trás para a frente, acabaria por morrer dentro da caneta de tinta da china.Seria o meu fim.
 Contei até 30 e chegaste... Entrámos num universo infinito de números apaixonados: 6, 25, 114, 206, 208, 608... Números a beberem champanhe, a rebolarem no tapete cor-de-vinho, a comporem melodias dessincronizadas no elevador e a coleccionarem pétalas no lobby do Saldanha...
Já perdemos a conta meu amor... Foi preciso encontrar-te para Vénus e Marte se tornarem uma capicua?