sábado, 6 de abril de 2013

Roma Romani




 A vida tem coisas incríveis e o que vou contar é uma delas. Estive em Roma há pouco tempo e fiquei totalmente rendida. É uma cidade inacreditavelmente bonita e imponente. 
 No último dia, já cheia de pressa, fiquei presa a uma banca de rua graças a uns alfinetes que contavam histórias. Tinha pouco tempo e só podia levar um. Lá me decidi, escolhi uma menina com um longo vestido verde, a voar com penas e cartas. Comecei a pensar em algo para fazer ou escrever com aquela imagem e quando regressei, naturalmente inspirada e renovada, pus-me à procura de outras figuras. Encontrei uma que me encantou de imediato: uma menina misteriosa a fazer equilibrismo na linha do eléctrico (Na imagem não se percebe,não está inteira, a linha vai dar a um eléctrico) mas não havia nada que me levasse à sua criação.Cruzei as duas e fiz um esboço. 
 Passado uns dias, na biblioteca da escola onde trabalho, encontrei um livro "Princesas esquecidas ou desconhecidas" de Philippe Lechermeier, que me despertou a atenção pela capa. Comecei a folheá-lo e qual não é o meu espanto quando encontro a menina trapezista com a sua história:



" A vida está presa por um fio






Roma Romani
                     Princesa

Roma Romani não é uma princesa como as outras.
O seu palácio é uma caravana puxada por um velho cavalo, o seu reino não tem limites e já deu várias vezes a volta ao mundo.
O seu pai não tem coroa. Os seus dentes são em ouro e são o seu único tesouro.
Anda de lugar em lugar, acompanhada por toda a sua corte para apresentar os seus espectáculos.
Roma é uma artista de circo; o seu número preferido: pendurar-se numa corsa e deixar-se rodopiar, rodopiar, rodopiar…até tocar nas estrelas”
Princesas esquecidas ou desconhecidas
Philippe Lechermeier
              Rébecca Dautremer





A "minha" princesa chama-se "Roma Romani" e encontrei-a ainda debaixo da inspiração desta cidade. É incrível. Ainda mais fantástico é que no meio de tantas princesas, o livro tem muitas histórias de princesas desconhecidas ou esquecidas, esta era a que eu seria certamente. 
 Há muitas coisas que não percebemos e que não têm nenhuma explicação plausível, mas acredito piamente que quando vivemos ou procuramos estar em sintonia com o universo, com a nossa verdade, o mistério da vida se acentua. Há tanta coisa que não percebo, que certamente nunca hei de entender, mas sei que certos mistérios um dia irão ter comigo assim, sem fazer por isso. Ouço os mesmo sem ver nada e às vezes percebo a sua chegada.

Bem-vinda a mim,  Roma Romani

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