domingo, 8 de dezembro de 2013

As Minhas Teias




No canto mais recôndito do quarto,
Esse ainda inexistente,
Sopro as plumas apagadas
Até à rua que percorri apaixonadamente.
 
Rodeio o escuro,
Preciso de ficar sozinha,
Esmago-te no chão duro 
Mas sais a correr pela ventoinha.

A letra que contorna a minha boca
Oculta gemidos desordenados
Transporta ainda uns olhos de felino
Que me penetram descontrolados.

Apontam para um feijão,
Tremo levemente,
Volto costas e assino sem pensar
O ponto mais íntimo da minha mente.

Permaneço dormente durante segundos
Para depois me esconder nas asas de um falcão,
Mas a melodia morde-me e enrola-me aos fios
Como que uma aparição.

Embaracei as teias de aranha,
Que nos seduzem em forma de cristal,
Tomo o vinho das suas veias
E quebro o ponto final.

Quero entrar nestas linhas
Que nos comovem de um modo tão seguro...
Mas as lágrimas quebradas rasgam-nas
Ao som das badaladas do futuro.

 



















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