No canto mais recôndito do quarto,
Esse ainda inexistente,
Sopro as plumas apagadas
Até à rua que percorri apaixonadamente.
Rodeio o escuro,
Preciso de ficar sozinha,
Esmago-te no chão duro
Mas sais a correr pela ventoinha.
A letra que contorna a minha boca
Oculta gemidos desordenados
Transporta ainda uns olhos de felino
Que me penetram descontrolados.
Apontam para um feijão,
Tremo levemente,
Volto costas e assino sem pensar
O ponto mais íntimo da minha mente.
Permaneço dormente durante segundos
Para depois me esconder nas asas de um falcão,
Mas a melodia morde-me e enrola-me aos fios
Como que uma aparição.
Permaneço dormente durante segundos
Para depois me esconder nas asas de um falcão,
Mas a melodia morde-me e enrola-me aos fios
Como que uma aparição.
Embaracei as teias de aranha,
Que nos seduzem em forma de cristal,
Tomo o vinho das suas veias
E quebro o ponto final.
E quebro o ponto final.
Quero entrar nestas linhas
Que nos comovem de um modo tão seguro...
Mas as lágrimas quebradas rasgam-nas
Ao som das badaladas do futuro.
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