segunda-feira, 16 de junho de 2014

Beijo de Fogo



Beijo de Fogo


Quando estou ao teu sabor
Fica a paisagem sem gente
Abre o Mundo um corredor
Vou ao sabor da corrente...

Não me sinto dominado
Pois que és o meu domínio,
Sou Espécie de desterrado,
Nalgum Astro de alumínio.

Por ordem d´algum convénio
Muda meu lugar no Espaço
Sou balão de oxigénio
Que em ternura me desfaço...

A serrilha dos teus dentes
Nos meus lábios são arado
Rasgando o solo às sementes
Que não se dão noutro lado!

Dão sumos desconhecidos,
Tão doces e transparentes,
Se temos lábios unidos
Só eu sinto o que tu sentes.

Átomos somos somente?
Oxalá que assim seja:
Fruto proibido dá gente
Quando a gente se deseja

Quando fazemos amor
A nudez é nossa roupa:
Quando estou ao teu sabor
Tenho o teu sabor na boca!


Henrique Segurado Pavão,
Lisboa,24 de Junho de 2008









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