quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A Noite Rasga-me O Corpo

Tenho-te no ouvido
Furaste-me a pele com o teu dorso
Será que saltaste a entrada
Com o meu juízo no bolso?

Sabes a Gengibre suculento,
Deixas as minhas ancas a tremer
A tua mão fechada revela-me a verdade
Que já não consigo esconder.

A noite rasga-me o corpo
Sem saber por quem se bate
Oiço a carne que se dobra
Sem saber se é um disfarce.

No fim do Beco
O velho martela-me a cabeça
Noite tão alta,
Silêncio tão leve
E a espera recomeça.

És o tempo aos soluços
Feito de frações erradas
Deixas marcas de argila
Em Plumas apagadas.

Lisboa, 15 de Janeiro





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